afirmação registada neste filme de miguel gomes.
[música a cargo de mariana ricardo. alguém se lembra do projecto pinhead society?]
registos analógicos em formato digital
gotemburgo. viagem de regresso a 2001 através de the opiates. sonoridade a cargo de thomas feiner e do seu projecto anywhen.
[breve passagem pelas faixas sonoras de the opiates. aqui]
[outras ligações sonoras e informativas serão sempre úteis]
o norte-americano beck edita nos dias que correm um novo trabalho. importa, no entanto, lembrar 2002 e voltar a sea change: obra maior em acordes menores, paradoxal registo lo-fi com sublimes orquestrações em marca d'água. apetece dizer que nunca será uma causa perdida.
[detalhe de sea change]
quase a propósito da sonoridade que roda na barra lateral:
words like violence
break the silence
come crashing in
into my little world
painful to me
pierce right through me
can’t you understand
oh my little girl
all i ever wanted
all i ever needed
is here in my arms
words are very unnecessary
they can only do harm
vows are spoken
to be broken
feelings are intense
words are trivial
pleasures remain
so does the pain
words are meaningless
and forgettable
all i ever wanted
all i ever needed
is here in my arms
words are very unnecessary
they can only do harm
enjoy the silence
depeche mode : violator : 06 # enjoy the silence [1990].
acidentalmente captada e quase imperceptível na fotografia, chegou a água que cai em gotas da atmosfera. tom jobim & elis regina que o digam.
quase a propósito da sonoridade que roda na barra lateral:
[bj thomas : raindrops keep fallin' on my head]
[excerto de um original por miguel sousa tavares : aos seus lugares : jornal público : 18 março 2005]
[sebastião, o cão amarelo, em modo low]
[fotografia por fdv]
[especial agradecimento a diane lynch]
[aspectos técnicos relacionados com o template levaram à omissão do botão de volume, constrangimento facilmente ultrapassado com um simples clicar da tecla direita do rato sobre o leitor da barra lateral]
[fotografia-escrita por fdv]
[a melancolia do tempo e da noite]
madrid e toda uma imensidão de nada, despojos de aridez, elementos de desolação, a solidão de uma cidade perdida na noite, dois homens bêbados esquecidos da vida....ao fundo os primeiros acordes de “fortune’s show of our last”, do terceiro álbum do projecto migala.
no país do flamenco e de uma alegria generalizada, os migala, colectivo de seis músicos espanhóis, apresentam no novo álbum “arde” uma poesia nocturna que transborda melancolia, tragédia e saudade, feita de gestos sem pressa e de uma incessante busca de tranquilidade. “arde” é um conjunto de pequenas histórias feitas de múltiplas sonoridades que compõem um imaginário onde o tempo atravessa a noite e em que a cada momento somos confrontados com verdadeiros ambientes cinemáticos, cujo quase realismo assenta num inteligente (mas moderado) recurso aos samplers.
os migala desenvolvem uma sonoridade onde os mais atentos irão descobrir inúmeros pontos de contacto com alguns nomes de culto como será o caso de leonard cohen, nick cave ou tindersticks, sendo que esta musicalidade, repleta de influências, reflecte uma profundidade e simplicidade lírica desarmante. os arranjos, de uma qualidade inquestionável, são elemento preponderante na construção desta música calma, arrastada, feita de crescendos e plena de derivações paisagísticas.
sons sussurrados, um crooning próximo da estética tinderstickiana, um spoken word na linha de nick cave, o violoncelo arrastado e pesaroso, guitarras melodiosas e o acordeão fazem de “arde” um trabalho extremamente recomendável para quem gosta de sonoridades melancólicas e taciturnas.
migala : arde : # 10 the guilt [acuarela 2001]
[por fdv e tjm : originalmente para o jornal a cabra # 68, abril de 2001]