dia cento e dez : 110 : pré-aviso

fdv e sebastião, o cão amarelo, informam que a suspensão, colectiva, voluntária e temporária deste blog ocorrerá entre as 00:00 de 29 de abril e as 23:59 de 30 abril do presente ano civil.

[a prestação de serviços mínimos será garantida por eventuais visitas e comentários.]

dia cento e nove : 109 : território da evidência # 20

perspectiva de uma quase parábola traçada em espaço urbano.



[fotografia por fdv]

dia cento e oito : 108 : rotação oblíqua # 18

quase a propósito da sonoridade que roda na faixa lateral:

e e a fúnebre fanfarra de nova orleães.

dia cento e oito : 108 : tinta por uma linha # 04

aceite o testemunho que termina aqui, segue-se a minha quase aleatória passagem pelo interrogatório dos livros:

não podendo sair do fahrenheit 451, que livro quererias ser?

mark twain : as aventuras de tom sawyer

já alguma vez ficaste apanhadinho[a] por um personagem de ficção?
não

qual foi o último livro que compraste?

orlando ribeiro : a arrábida [esboço geográfico]

qual o último livro que leste?

jacinto lucas pires : abre para cá [contos]

que livros estás a ler?

vergílio ferreira : para sempre
magnus mills : o curral das bestas

que livros [5] levarias para uma ilha deserta?

vergílio ferreira : aparição
patrick süskind : o perfume
luis sepúlveda : nome de toureiro
bill waterson : o essencial de calvin&hobbes
um moleskine sem a pretensão de se tornar livro [acompanhado de alguns lápis]

a quem vais passar este testemunho [três pessoas] e porquê?

à pequena lontra, ao arroz de estragão e ao puto. porque sim.

e os vencedores são:
os caracteres que compõem as palavras.

dia cento e sete : 107 : serviço público # 07

diane lynch chega ao fim. aguarda-se o regresso de mónica e outros icones pessoais [sem acento mas com muita qualidade].

dia cento e sete : 107 : território da evidência # 19

liberdade traduz um conceito tendencialmente revolucionário.

dia cento e seis : 106 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 19]

estou combalido. magoei uma pata enquanto o entusiasmo me levava a correr e saltar em sintonia com a fabulosa bola para cães. seguir-se-ão dias de repouso. sem a companhia da mítica esfera de feltro amarelo.

[sebastião, o cão amarelo, em lenta obturação]

[fotografia por fdv]

dia cento e cinco : 105 : território da evidência # 18

aquitectar: projectar e traçar planos, perspectivas ou ideias.



[fotografia por fdv]

dia cento e quatro : 104 : aula de campo

cidade. espaço urbano.

dia cento e quatro : 104 : dia da terra

terceiro planeta do sistema solar, pela ordem das distâncias relativamente ao sol, cuja órbita se encontra entre a de vénus e a de marte, com forma esférica ligeiramente achatada nos pólos e dilatada no equador, superfície de 510 101 000 km2, dos quais 28,7% são terra e 71,3% são água, dotado de movimento rotativo em torno dele próprio e de traslação em torno do sol.

dia cento e três : 103 : rotação oblíqua # 17

quase a propósito da sonoridade que roda na faixa lateral:

cidades. a preto e branco.



[fotografia por fdv]

dia cento e dois : 102 : upload

[fotografia por fdv]

dia cento e um : 101 : afirmação

há não muito tempo, numa das frequentes visitas às coisas do puto, sublinhei a minha predilecção pela música em detrimento da letra. contudo, desde domingo, a afirmação que dá início à sonoridade que roda na barra lateral continua [positivamente] a assombrar estes dias tranquilos que passam devagar.

[if i could for a minute sucumb to the disaster of everyday]

dia cem : 100 : renovação

este post foi renovado pelo autor.

dia noventa e nove : 99 : rotação oblíqua # 16

quase a propósito da sonoridade que roda na faixa lateral:

há já algum tempo, este colectivo esteve disponível para audição. a subjectividade da culpa mora aqui.

[para visualizar a letra de the guilt deverá clicar na imagem]

dia noventa e oito : 98 : as paredes têm ouvidos # 45

num dia reservado ao capítulo das suaves reminiscências, espaço para a atlântica sonoridade dos portugueses ban.

[em que mundo de aventuras andará rosa flor?]

dia noventa e oito : 98 : geografias # 02

k2. sistema montanhoso karakoram. paquistão.

[chogori : grande montanha : 8611 metros de altitude]

dia noventa e sete : 97 : votos na blogosfera

sujeito a votação ao longo desta semana, o autor dos presentes registos analógicos em formato digital tem vindo a ser informalmente questionado quanto à categoria [blogs literários] em que este se insere no concurso.

não obstante o interessante trabalho desenvolvido pelo juíz árbitro - e com todo o risco que a categorização implica -, pela relevância atribuída à música e à fotografia, entrecruzada por algumas palavras [onde pontifica a crónica de sebastião, o cão amarelo], artes e letras seria uma melhor escolha para a categorização deste projecto genérico - cuja feição literária não é muito marcada.

[obrigado a todos os que têm votado nas paredes oblíquas ou nos outros].

[fotografia por fdv : patente na instalação]

dia noventa e seis : 96 : clube de portugal

sporting.

dia noventa e seis : 96 : rotação oblíqua # 15

quase a propósito da sonoridade que roda na faixa lateral:



[fotografia por fdv]

dia noventa e seis : 96 : papel de parede # 12

silence is here again
the silence is here again tonight
will the love ever come back?
will the love ever come back?
i know i've been pushing you away
i know it's been going on for days
those awkward little things
so endearing
those awkward little things
wear on me

see, what we got here is a tired love
what we got here is a lazy love
it mooches around the house
can't wait to go out
what it needs, it just grabs
it never asks
we sit and watch the divide widen
we sit and listen to our hearts crumble
with our only chance to jump
neither of us had the guts
maybe we're just too proud
to say it out loud

silence is here again tonight
silence is here again tonight

[raindrops : tindersticks]

dia noventa e cinco : 95 : território da evidência # 17

não há city sickness sem os tindersticks.



[fotografia por fdv : patente na instalação]

dia noventa e quatro : 94 : as paredes têm ouvidos # 44

depois de april, o songwriter regressa com twice the humbling sun. francisco silva, ou old jerusalem, em edição bor land. um disco de abril.

[pormenor de twice the humbling sun : design : helena reis.parábola sonora]

[algumas faixas disponíveis para audição aqui : secção catálogo]

dia noventa e três : 93 : rotação oblíqua # 14

quase a propósito da sonoridade que roda na faixa lateral:

despeço-me dos vinte e sete com um descontraído sorriso. este. o mesmo que dá as boas-vindas aos vinte e oito.

dia noventa e três : 93 : miúdo de abril

ao quadragésimo quinto minuto da décima segunda hora do décimo primeiro dia do quarto mês do septuagésimo sétimo ano do vigésimo século, uma pouco hospitaleira palmada hospitalar originou o primeiro registo.

vinte e oito aniversários completa este miúdo.

dia noventa e dois : 92 : votos na blogosfera

o projecto paredes oblíquas [registos analógicos em formato digital] está em votação num concurso promovido pelo juiz árbitro, a ter lugar na blogosfera.

dois traços oblíquos que se cruzam podem ser colocados aqui.

dia noventa e dois : 92 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 18]

a realidade a preto e branco também cansa. o tempo é veloz na simples vida de um cão amarelo. há momentos em que é necessário retemperar forças e colocar de lado o movimento quotidiano.

[sebastião, o cão amarelo, dorme]

[fotografia por fdv : reedição]

dia noventa e dois : 92 : papel de parede # 11

atenção! atenção! aviso à população! atenção! atenção! aviso à população! esta madrugada deu-se uma fuga do sector dos lazeres. o grupo mão morta abandonou o nicho alternativo que ocupava no mercado do entretenimento. os seus membros, aptos a exercer diferentes ofícios, podem facilmente infiltrar-se noutros sectores da nossa democracia. são considerados perigosos. repito: são considerados perigosos! qualquer informação relativa a estes indivíduos deve ser imediatamente comunicada ao jornalista da sua área. atenção! atenção! aviso à população! atenção! atenção! aviso à população!

[aviso à população : adolfo luxúria canibal]

dia noventa e dois : 92 : território da evidência # 16

um domingo como este corre o risco de se tornar demasiado evidente.

dia noventa e dois : 92 : território da evidência # 15

no andar de baixo encontra-se um post sobre nada. que conste nos registos que é possível fazê-lo.

dia noventa e dois : 92 : território da evidência # 14

este é um mero apontamento sobre nada. potencialmente insignificante, portanto.

dia noventa e um : 91 : geografias # 01

farol do fim do mundo. ushuaia. patagónia. argentina.



[fotografia por eduardo ries : detalhe]

dia noventa e um : 91 : rotação oblíqua # 13

quase a propósito da sonoridade que roda na faixa lateral:



[jeff buckley : 1966 1997]

dia noventa : 90 : deonto[b]logia

o que se entende por ética bloguística?

dia oitenta e nove : 89 : cadernos oblíquos # 05

[viagem pela estação d’outono]

antes de iniciar as gravações do novo álbum dos red house painters, que brevemente surgirá nos escaparates das discotecas, o seu frontman, mark kozelek, pegou na guitarra e gravou um simpático ep onde nos propõe uma breve viagem pelos trilhos do oeste norte-americano.
integrado no catálogo de uma editora independente de são francisco, sem edição europeia, “rock n’ roll singer” reveste-se de uma estética lo-fi, que em momentos recorda a (pesada) herança de nick drake e assume-se como um projecto pessoal de kozelek, feito de canções itinerantes, fortemente marcadas pela beleza acústica da guitarra e pela voz arrastada do principal compositor de projectos como red house painters e sun kil moon. contando com a colaboração de apenas dois músicos – um percussionista e um outro guitarrista – este trabalho, parte da enorme simplicidade das composições que apresenta para nos oferecer interessantes (re)leituras de três temas dos australianos ac/dc e de uma outra composição do malogrado john denver, a par de três originais do próprio músico. assim, o tema “you ain’t got a hold on me” do grupo australiano, sofreu uma profunda transformação estilística, com o som pesado das guitarras eléctricas a ser substituído pela suavidade e leveza do formato acústico, enquanto que a recriação de “around and around” de john denver é talvez a melhor faixa do álbum, com kozelek a prestar a sua homenagem a um dos grandes senhores da folk norte-americana.
em “rock n’ roll singer”, a viagem (musical) empreedida por kozelek é a de um trovador perdido entre velhas estações de caminho-de-ferro que na bagagem leva os fundamentos da folk como estes foram talhados por dylan e, mais tarde, por springsteen na fase “nebraska” – o que não deixa de ser uma agradável reminiscência.

mark kozelek : rock 'n roll singer : [badman, 2000]

[por fdv e tjm: originalmente para o jornal a cabra # 67, abril de 2001]

dia oitenta e oito : 88 : imagens

hoje não há. escrevem-se palavras em minúsculas. a preto e branco.

dia oitenta e oito : 88 : oportunismo

salvo muito raras excepções [e, no momento, não consigo apontar alguma], os media comportam-se como hienas artificiais que instrumentalizam a decadência.

dia oitenta e oito : 88 : ideias

raramente as aprisiono em papel quadriculado. prefiro soltá-las em folhas de papel liso.

dia oitenta e sete : 87 : rotação oblíqua # 12

quase a propósito da sonoridade que roda na barra lateral:

kurt cobain. silêncio há onze anos.

[1967 1994]

dia oitenta e sete : 87 : as paredes têm ouvidos # 43

lugar inacessível por estradas de asfalto. território não mapeado. presença constante nas rotas sonoras que percorro. chegamos a rodeo town por este caminho. o salvo-conduto fica a cargo dos ilustres the kills.



[fotografia por roman loranc : road to modesto : numa incursão por estradas que acabam aqui]

dia oitenta e seis : 86 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 17]

o resultado da mistura entre a terra e a recente queda de água da atmosfera tem a particularidade de galvanizar o todo-o-terreno que há em mim. sou como que o defender dos canídeos. [os senhores da land rover vão gostar da publicidade gratuita]


[sebastião, o cão amarelo, em modo quatro patas motrizes por territórios vizinhos]

[fotografia por fdv]

dia oitenta e cinco : 85 : rotação oblíqua # 11

quase a propósito da sonoridade que roda na barra lateral:

não obstante o facto de domingo ser dia de dor de barriga colectiva, há que recarregar baterias para o terceiro período que se avizinha. para evitar a lembrança dos trabalhos de casa por fazer, nada como jogar uma partida de futebol. haja lithium.

[fotografia por litle girl]

dia oitenta e quatro : 84 : diga lá excelência # 06

caros baldrick e edmund, i have a cunning plan...

[desenho gentilmente cedido por vitriolica: patente na instalação]

dia oitenta e quatro : 84 : cadernos oblíquos # 04

[um eléctrico chamado madre-de-deus]

cinco álbuns depois do início da viagem, os madredeus resolveram agora, neste ano simbólico de 2000, fazer o balanço de um percurso que, como poucas bandas nacionais se poderão orgulhar, foi sempre ascendente, e que o continua a ser, mesmo depois da aclamação da crítica mundial.
desde que, em 1988, cinco músicos resolveram gravar “os dias da madredeus” numa velha igreja de lisboa, até 1997, ano em que lançaram o seu último álbum de originais [o paraíso], a música dos madredeus, nunca negando as suas raízes na tradição musical portuguesa [o fado, o folclore e a saudade], foi encontrando novas formas de as exprimir.
numa busca da harmonia, o génio de ayres magalhães continua a ser a força criativa que assina quase todas os poemas a que teresa salgueiro empresta o sentimento interpretativo da sua voz, acompanhada pela sublime composição que brota do virtuosismo dos restantes, não menos importantes, músicos. mas os sempre esgotados espectáculos internacionais que os levaram a todo o mundo colocaram-nos em contacto com novas culturas musicais que, a julgar por oxalá e as brumas do futuro - temas inéditos incluídos nesta colectânea - não pretendem renunciar.
a escolha dos dezassete temas que compõem o álbum terá sido decerto difícil, tal como confessou o editor david ferreira, feita apenas de meros gostos pessoais; porém, a inclusão de temas como o pastor, a vaca de fogo, ao longe o mar ou haja o que houver é indiscutível. destaque-se ainda a óptima composição instrumental intitulada as ilhas dos açores.
antologia é, sem dúvida, um trabalho incompleto, o esboço da evolução dos madredeus, que reflecte não só as alterações na sua composição, mas também o próprio crescimento e enriquecimento musical dos elementos que os compõem, a que faltarão sempre outras canções, fruto de outras escolhas.

ao largo ainda arde a barca da fantasia...

madredeus : antologia : # 04 haja o que houver [emi - valentim de carvalho, 2000]

[por fdv e tjm: originalmente para o jornal a cabra # 59, maio de 2000]

dia oitenta e três : 83 : puma suede

são estas as minhas sapatilhas preferidas. honrosas e resistentes companheiras de muitos trilhos, não as encontro em lado algum. o último par que utilizei foi adquirido em coimbra, numa longínqua data de 1999. lanço um apelo a quem souber o paradeiro de um estabelecimento comercial onde exista um par destas formidáveis puma suede, de preferência em azul escuro ou preto [ou numa cor escura e sóbria qualquer, porque quero mesmo um par destas sapatilhas] e em tamanho 42 [ou 42 e 1/2].

[puma suede]

dia oitenta e três : 83 : diga lá excelência # 05

na instalação, a propósito de boris vian, pequena lontra afirma algo que eu gostaria de ter escrito: gosto de ler porque gosto de conhecer novas abordagens do mundo, porque gosto de me surpreender com pensamentos que nunca teria e viver vidas dos outros sem mudar a minha própria existência.



[fotografia por fdv]

dia oitenta e três : 83 : rotação oblíqua # 10

quase a propósito da sonoridade que roda na barra lateral:

primeiro foi aqui.

depois foi aqui.

a última vez foi aqui.

para quem ainda não conhece, os noruegueses kings of convenience voltam a ser referência nas paredes oblíquas. para quem já conhece, os noruegueses kings of convenience voltam a ser referência nas paredes oblíquas. i don´t know what i can save you from.

[imagem por s.h.eldredge]