dia vinte e oito : 28 : bor land

uma concepção editorial inovadora e um catálogo muito interessante são dois dos registos para a editora bor land.

dia vinte e sete : 27 : edição especial [as paredes têm ouvidos # 07 & papel de parede # 03]

[1969 2003]

wish you gave me your number
wish i could call you today, just to hear a voice
i got a long way to go
i'm getting further away

if i didn't know the difference living alone'd probably be ok
it wouldn't be lonely
i got a long way to go
i'm getting further away

alot of hours to occupy, it was easy when i didn't know you yet
things i'd have to forget
but i better be quiet now
i'm tired of wasting my breath
carrying on and getting upset
maybe i got a problem, but that's not what i wanted to say
i'd prefer to say nothing.
i got a long way to go
i'm getting further away.

had a dream as an army man with an order just to march in my place
while a dead enemy screams in my face
but i better be quiet now
i'm tired of wasting my breath
carrying on, not over it yet
wish i knew what you're doing
and why you want to do it this way, so i can't go the distance
i got a long way to go
i'm getting further away
i got a long way to go
i'm getting further away

elliott smith : figure 8 [#14 : i better be quiet now]

dia vinte e seis : 26 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 04]

[um cão amarelo também sonha a preto e branco]
[fotografia por fdv]

dia vinte e cinco : 25 : sessenta anos

[auschwitz - birkenau #01]

dia vinte e cinco : 25 : [...for martha...]

[...] your picture out of time
left aching in my mind
shadows kept alive [...]

the smashing pumpkins : adore [#14 : for martha]

dia vinte e quatro : 24 : as paredes têm ouvidos # 06

depois de quiet is the new loud [janeiro 2001], os kings of convenience serviram em junho de 2004 riot on an empty street. dupla de registo lo-fi em formato predominantemente acústico [para descobrir que da noruega não vem apenas o melhor bacalhau].

dia vinte e três : 23 : papel de parede # 02

dá-me mais quero mais
desse vinho bem forte
acre sol estival
de uma vida em desnorte
já perdi o que tinha
a família a consorte
para ser mero pó
falta só vir a morte a morte

tem calma irmão
que a morte está aí para todos nós
e à parte as mães
ninguém pode afirmar de viva voz
que deixa cá algo
quando a vida nos solta enfim os nós

serve então mais um copo
uma noite a beber
não fará mal pior
e dará p’ra esquecer
o vazio que me ataca
esta dor de viver
a feroz solidão
que me faz q’rer morrer morrer

tem calma irmão
que a morte não precisa do teu sim
é coisa certa
mais vale fazer da vida um festim
canta antes dança
que a vida não te surja mais ruim

cantar eu?

dançar dizes tu...

serve então mais um copo para ajudar

tem calma irmão
que a morte não precisa ser assim
canta e vais ver
que a vida não te larga mais por fim

[adolfo luxúria canibal / miguel pedro]

mão morta : nus [#02 : gnoma]

dia vinte e dois : 22 : a cruz que [à partida] se carrega na identidade

colocando de parte a questão das fotografias, a renovação do bilhete de identidade pode tornar-se, em muitos casos, um momento de catarse [entendida como síntese expurgatória] de toda a dinâmica institucional.

considero agradável a falta de conhecimento da [eventual] qualificação ou formação dos quase-catatónicos funcionários que automaticamente referem um número em voz alta, ouvem boa tarde, exclamam boa tarde, mandam sentar, solicitam fotografias, cortam fotografias, colam fotografias, solicitam o indicador direito do cidadão, colocam tinta no indicador direito do cidadão, forçam o indicador direito do cidadão contra um primeiro pedaço de papel, voltam a agarrar o indicador direito do cidadão, voltam a colocar tinta no indicador direito do cidadão, forçam o indicador direito do cidadão contra um segundo pedaço de papel, ofertam toalhetes com aroma de limão, esboçam uma pequena e [à partida] insignificante cruz no segundo pedaço de papel, apontam para a [à partida] insignificante cruz, são questionados acerca da utilidade da [à partida] insignificante cruz, informam que a [à partida] insignificante cruz indica o local onde o cidadão deve assinar [como se este não soubesse estabelecer a correlação entre a indicação assinatura que consta no papel e o acto de assinar o mesmo], indignam-se com a exigência de um novo segundo pedaço de papel onde não figure a [à partida] insignificante cruz, entregam contrariados um novo segundo pedaço de papel onde não figura a [à partida] insignificante cruz, ficam de trombas, exigem um determinado pagamento, afirmam a sua preferência por dinheiro trocado, recebem mais que o pagamento determinado, devolvem a respectiva demasia, informam uma demora de quinze dias, ouvem boa tarde, exclamam boa tarde e dão por terminada a sua tarefa.

dia vinte e um : 21 : as paredes têm ouvidos # 05

tindersticks [não há city sickness que resista]

dia vinte : 20 : da [sempre inovadora] leitura do estado da arte

ilustre membro do movimento futurista português, amadeu de souza cardoso [1887 1918] nasceu na ilustre casa de manhufe.

em 2000, um dos fundadores da ilustre casa de ferreira borga [também afecto ao movimento paredes obliquas] traça uma nova perspectiva na biografia do pintor amarantino. segundo aquele fundador, a maneira correcta de pronunciar manhufe será através da cisão temporal entre man e hufe, como que uma aproximação germânica do toponímio duriense. [abraço ao black]

dia dezanove : 19 : [...for martha...]

[...]if you have to go don't say goodbye

if you have to go don't you cry

if you have to go I will get by

someday I'll follow you and see you on the other side[...]

[billy corgan]

the smashing pumpkins : adore [#14 : for martha]

dia dezanove : 19 : serviço público # 01

a cais é uma associação de solidariedade social sem fins lucrativos. nasceu em 1994 e a sua missão situa-se no apoio à re-inserção social da população sem-abrigo em portugal.

com a publicação de uma revista, vendida exclusivamente pelos sem-abrigo [e mais recentemente, com a ponte digital] a cais tem procurado re-introduzir no mundo das relações interpessoais e do trabalho, homens e mulheres à margem.

com o objectivo de informar e sensibilizar agentes políticos e o público em geral, a cais, em parceria com outras instituições no terreno, tem também promovido o estudo e o debate das questões sociopolíticas que afligem de momento o nosso país, tal como a imigração e sua relação com a exclusão social. o sucesso nos processos de recuperação de vidas deixadas ao abandono, à mendicidade, ao crime e ao desprezo de si, passa pelo investimento que se fizer nesta instituição.

à cais nunca faltou um coração sensível e dedicado, mas os meios para o ser mais e melhor.

dia dezoito : 18 : pelos [sinuosos] caminhos de portugal

por muito que custe, para garantir o normal funcionamento das instituições [nem que se tratem apenas das de carácter psiquiátrico] é importante recordar a frase popularizada pelo brasileiro mário gil e constatar que pelos caminhos de portugal vamos vendo tanta coisa linda, tanta coisa sem igual.

consta que mário gil ainda reside em portugal e se prepara para [re?]lançar a sua carreira[?] com a reedição do seu êxito[?], com a nuance de modernidade[?] a cargo do título pelas autoestradas, pontes e itinerários principais de portugal.

dia dezassete : 17 : dezassete segundos

[este post deve ser entendido como um espaço onde o leitor poderá imaginar o que quiser]

dia dezasseis : 16 : reforço positivo [i'd like to dedicate this post to]

sem prejuízo para os restantes [se os houver], registo uma palavra de incentivo aos que já ousaram usar o seu direito ao contraditório através da publicação de comentários: continuem. [obrigado nini; obrigado melga]

dia quinze : 15 : as paredes têm ouvidos # 04

o arrastado despertar de outono ouve-se através dos sons intrincados do colectivo early day miners. [paisagens do indiana ou novas oportunidades para as áreas rurais]

dia catorze : 14 : [paisagens urbanas] da cor das portadas digitais

uma simples sugestão ao anónimo transeunte da rua ferreira borges, em coimbra: primeiro, contemple as portadas dos dois últimos andares do numero oitenta e seis. de seguida, registe [da forma que entender], para a posteridade, a sua concordância com a cor dos rodapés de cada uma destas paredes oblíquas. como corolário, reconheça o expoente do minimalismo conceptual em portugal [desculpa, álvaro siza]

dia treze : 13 : the fast post

this week, i have mostly been listening to sigur rós.



[esta foi uma saudosa homenagem ao inimitável jesse]

dia doze : 12 : cão amarelo

sebastião, o cão amarelo que partilho com o mundo, está de parabéns. completa no dia que corre dois dinâmicos anos de vida [cerca de 23 anos, para humanos]. algo me diz que ele sente que pode continuar a comportar-se como um labrador irresponsável. acabei de oferecer-lhe um presente de treino. espero que dure algum tempo...

dia doze : 12 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 03]

parabéns para mim.

viva eu. hoje completo dois belos e enérgicos anos de vida [qualquer coisa entre os 22 e os 24 anos para o comum dos mortais]. sinto que, como sempre, posso fazer o que me der na real [sebastianina] gana.

acabei de receber um presente de treino cuja palavra mágica atribuída é boneco. vamos ver quanto tempo dura...

dia onze : 11 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 02]

apesar da minha relutância [expressa com gestos lentos e contrariados], tive que sair de cima da cama. não obstante a sua eficiência, este [gratuito] serviço de aquecimento de camas continua a ser pouco cotado cá em casa. [que falta de visão estratégica]. fui amuar ao som de the clientelle.

dia dez : 10 : as paredes têm ouvidos # 03

circunstâncias várias implicam a ingestão de água em consideráveis quantidades. do mesmo modo se recomenda a audição de badly drawn boy.

dia dez: 10 : [...for martha...]

[...] just past has let me be
returning as if dream
shattered as belief [...]

[billy corgan]

the smashing pumpkins : adore [#14 : for martha]

dia nove : 9 : vida de sebastião [crónica a preto e branco de um cão amarelo # 01]

ao som de josh rouse, aproveitei para ir pedir a minha comida da tarde [tenho um relógio biológico de nível helvético]. quando acabei fui à rua [palavra mágica] cheirar uns canteiros e personalizar a roda de um automóvel. voltei para casa e fiz aquela expressão de bom indivíduo que me garante - não raras vezes - um delicioso biscoito [palavra mágica].